Por Berna Almeida
crônicas -
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Fazer o que? Olha para um lado, para o outro, um cesto enorme de problemas, já havia e agora mais este… Por que isto agora?
A cabeça dá um nó, pensamentos emaranhados e não se vê uma saída…
O que eu vou fazer com isto que apareceu em minha vida?
Pegamos a situação, pegamos não, somos obrigados a encarar algo que não estamos preparados, aliás jamais estaremos. mas está aí o problema…
Problema ou solução?
Temos um problema nas mãos, a solução nos cabe procurar a cada dia, adaptar-nos a novas situações mesmo que fiquemos sem entender o que ocorre.
É preciso colocar o sentimentalismo de lado, olharmos para o que chamamos de “problema” arregaçarmos as mangas e enfrentarmos o que temos a frente…
Não podemos deixar que a pessoa que nos foi confiada morra, porque estamos com dó de aplicar a benzetacil, seja porque ela dói ou não, é preciso fazer o que se tem a fazer.
Nós não temos um pobre coitado dentro de casa, e muito menos uma pessoa digna de pena, aliás nem o Cuidador e nem o Cuidado são dignos de pena, ali existe uma relação de ajuda e aprendizado para ambas as partes.
Precisamos abrir mão da autocomiseração, há um leão rugindo lá fora e é você quem tem que abrir a porta, e enfrentá-lo.
Não há outro neste processo, não há ninguém que possa te substituir nesta arena e você tem todo o potencial para enfrentar o inimigo, caso contrário você não teria sido o escolhido.
Precisamos parar de sofrer por quem não vem visitar, a família depois de informada do diagnóstico, sabe do posicionamento a ser tomado.
Muitos dos filhos ficam temerosos, não se sentem preparados para ver os pais nessa situação, mas o Cuidador não precisa se tornar o mártir da situação…
Peça ajuda, filhos que não querem ajudar, cobrem judicialmente caso não haja um acordo, para que dividam as despesas, e você tenha alguém para ajudar nas tarefas diárias.
É muito bom lembra-los que 1 salário mínimo não cobre as despesas de um idoso no Brasil, ainda mais doente.
Lembre se que depois que você fica calejado muitas coisas são desnecessárias, inclusive blá blá blá e mimimis, portanto sem mais delongas.
Não vamos salvar ninguém, não esqueçam disto, não temos ainda o dom da cura, mas temos o do cuidar.
CUIDAR. Ponto final. Passando disto teremos um crescente número de cuidadores exigindo de si próprio o que ele não tem nem para si… Vai devagar com o andor…
Levante, ore, agradeça a oportunidade de estar sendo útil na vida de alguém, agradeça a oportunidade do aprendizado, agradeça a vida, perdoe, ame. Modere o peso que tens colocado em sua cruz, não há outra pessoa a carregar a não ser você mesmo.
A vida é muito rápida, nada nos pertence, tudo nos é por empréstimo e um dia todos nós teremos que devolver, portanto faça o melhor que puder, deixe sua marca em seu coração, do restante, Deus cuida.
Autoria: Berna Almeida